sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Pedro Bigardi paticipa do ato onde o PCdoB chama militância a lutar por Dilma contra baixaria de Serra

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Renato fala a militantes durante plenária:
"Não estamos diante de uma batalha qualquer"


Quando a mesa da plenária do PCdoB se formou na noite desta quinta-feira, 14, cerca de 800 pessoas lotavam o auditório do Sindicato dos Eletricitários, em São Paulo. Vindas do interior, litoral, ABC e da própria capital, esses militantes reuniam-se para receber orientação do partido para os últimos dias que antecedem o segundo turno. Na pauta, a necessidade de se intensificar a campanha pró-Dilma Rousseff buscando combater a onda de boatos que tem sido a tônica do adversário tucano, José Serra.

“Não estamos diante de uma batalha qualquer, mas sim de uma batalha de caráter estratégico para o país. Se a vencermos, poderemos seguir adiante no grande objetivo de fazer deste um país mais forte, justo e solidário. Caso percamos essa batalha, será barrado o processo de transformação pelo qual o Brasil passa e ficará mais longe o rumo socialista”, disse Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB.

Ele alertou a militância para o que pode ter sido um dos fatores que influenciaram a ida da disputa para o segundo turno. “Quem pensa que essa guerra está ganha, está sendo ingênuo ou oportunista. Nosso inimigo não está brincando e o cenário atual exige de cada um de nós grande capacidade de luta”. O dirigente enfatizou, em referência à campanha de José Serra (PSDB) e Índio da Costa (DEM) e seus apoiadores: “essa gente não está aí para fazer campanha de alto nível, para fazer debate programático. Isso não existe para eles. O que eles fazem é baixar o nível, fazer o jogo rasteiro”.

Além de procurar o apoio dos brasileiros de maneira demagógica oferecendo, por exemplo, salário mínimo de 600 reais e aumento de 10% para os aposentados, a campanha de Serra tem procurado desgastar a imagem de Dilma Rousseff e foi este um dos pontos enfatizados pelo presidente do PCdoB. “Investem na baixaria, explorando aspectos morais para jogar o povo contra a candidata. Tentam esconder a face real de Dilma: uma mulher respeitada, capacitada, com uma belíssima biografia e figura essencial no governo Lula. Trata-se de uma campanha mórbida, atrasada”.

Comparando o governo FHC com o de Lula, Renato ressaltou: “está em curso a construção de uma grande nação; a auto-estima e a esperança do povo elevou-se, melhorou o nível de vida e de renda da população. E o que a oposição busca é dividir o país, estimular o ódio entre as pessoas”.

Para Renato, é essencial que Dilma dirija-se à população para desconstruir a campanha de que tem sido vítima. “Ela deve deixar claro que tudo o que tem sido dito é mentira, deve mostrar o jogo sujo que tem sido feito e cujo objetivo é desviar o debate programático, que é o que realmente interessa”.

O dirigente também propôs que “Lula se pronuncie à nação”, mostrando que “não podemos perder as conquistas que o país alcançou nos últimos oito anos”. E conclamou: “é preciso uma ampla mobilização popular porque precisamos conquistar os votos da maioria. Daí a necessidade de se investir em comitês amplos e representativos, reunindo religiosos, acadêmicos, intelectuais, artistas, juventude, mulheres etc. Temos de ir à luta com uma visão ampla”.

Por fim, o dirigente lembrou, sob aplausos: “o PCdoB cresce na luta e não joga a toalha no ringue. Tem experiência em todas as condições – na democracia e na ditadura; na legalidade e na clandestinidade; e quando foi preciso, pegou em armas para defender o país. É, portanto, um partido forte e que sabe lutar pelo Brasil”.

Netinho de Paula também deixou sua contribuição à militância, ressaltando a necessidade de aumentar a inserção do PCdoB na população. “Precisamos mesmo ampliar cada vez mais o partido. Meu eleitor é muitas vezes o cara que, em função de tanto sofrimento, não acredita mais na política e tem seu acalanto na música, na novela, na televisão. Temos de falar mais de perto para essa população”.

Na avaliação de Netinho, nesta fase é preciso intensificar a campanha junto ao povo. “Não podemos deixar que vença um grupo que mente, que manipula, que quer barrar o processo de mudanças que tem sido experimentado pelo país. Temos de sair daqui, hoje, para guerrear pelo nosso projeto de Brasil”.

Protógenes Queiroz seguiu na mesma direção. “Precisamos trabalhar intensamente para não permitir que aqueles que dilapidaram o Brasil, que são ladrões do dinheiro público, voltem ao governo central. Há uma campanha sórdida em andamento, o segundo turno não será fácil, mas temos militância, temos gente séria e um partido respeitado e vamos lutar contra o retrocesso”.


Protógenes: Há uma campanha
sórdida em andamento

Outro ponto alto da noite foi a participação de Leci Brandão. “Ainda existe muito, mas muito preconceito no Brasil. Conheço bem isso e sei o que Dilma está enfrentando”. Segundo ela, “é um absurdo que a mídia perca tempo, gaste papel, use artigos, editoriais, manchetes para discutir de maneira rasa, como está sendo feita, a questão do aborto, da religião, da homossexualidade como se fossem questões determinantes para a eleição. E não discute o que é essencial: o projeto. Está se nivelando o debate por baixo”.

Pedro Bigardi, que reconquistou sua vaga na Assembleia, afirmou: “estamos numa campanha de alto risco, baseada na difamação, sem aprofundamento do debate sobre os projetos que estão em jogo. Precisamos ir para a rua, ganhar mais votos para podermos continuar o processo aberto por Lula”.

A mesa do evento foi formada por Renato Rabelo, presidente do PCdoB; Walter Sorrentino, secretário nacional de Organização; Nádia Campeão, presidente do PCdoB-SP; Wander Geraldo, presidente do partido na capital; os vereadores Jamil Murad e Netinho de Paula, que concorreu ao Senado; Protógenes Queiroz, eleito deputado federal, Leci Brandão e Pedro Bigardi, eleitos deputados estaduais.

Agenda

Finalizando o ato, foi anunciada uma agenda de atividades suprapartidárias para os próximos dias, em São Paulo, para as quais os comunistas estão sendo chamados a participar. Nesta sexta-feira, 15, às 14h, acontecerá na Força Sindical um ato de apoio a Dilma focado na educação e na juventude. No mesmo dia, às 18h, acontece comício com Lula em São Miguel Paulista, na Praça do Forró. No dia 19, terça-feira, acontece um ato de intelectuais em apoio à candidata a partir das 19h no teatro Tuca, da PUC. E, no dia 20, quarta-feira, acontece uma caminhada das mulheres, partindo da Praça da Sé às 11h.

De São Paulo, Priscila Lobregatte

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